Alvéola-amarela: pequena mas vistosa

Alvéola-amarela: pequena mas vistosa
© Pedro Marques

Alvéola-amarela: pequena mas vistosa

8 Julho de 2020

Este ano a cabeça-de-cartaz do festival é a alvéola-amarela, uma das pequenas aves que visitam a zona de Sagres em maior número no final do verão e início do outono. Esta ave pequena, graciosa e vistosa faz jus ao seu nome: o peito e ventre amarelo-vivos e o dorso amarelado saltam à vista quando passa em voo, pousa numa vedação ou anda no solo. Tal como as outras alvéolas, também esta faz o típico abanar de cauda, para cima e para baixo.

Apesar de manter sempre o seu emblemático amarelo, esta espécie varia muito de região para região. Na Península Ibérica, temos uma subespécie da alvéola-amarela (Motacilla flava iberiae) que se distingue pela sobrancelha e garganta brancas que, no macho, contrastam com a cabeça azul-acinzentada. No sul e centro da Europa, os machos também têm a cabeça azul-acinzentada (mas com variações na cor e extensão da mancha na garganta), enquanto no norte da Europa a cabeça dos machos é cor de ardósia (cinza escuro), nos Balcãs é preta e no Reino Unido é esverdeada, com sobrancelha amarela.

Fora da época de reprodução, a coloração dos machos é mais esbatida, semelhante à das fêmeas e juvenis. Estes últimos podem confundir-se com juvenis de alvéola-branca, mas identificam-se pela “sobrancelha” bem marcada, pelas penas amareladas na base da cauda e pelo dorso castanho-azeitona.

Estas aves migradoras são das primeiras a chegar ao nosso país, podendo ser vistas no sul de Portugal logo a partir de fevereiro. Ao longo da primavera e verão vê-se sobretudo a subespécie ibérica, que nidifica no nosso país. No início do outono, juntam-se-lhe várias outras subespécies que estão de passagem, vindas do norte e centro da Europa. A maior parte deixa o território português em finais de outubro, para ir passar o inverno em África. Mas em alguns locais, como o estuário do Tejo, podem ver-se alvéolas-amarelas também no inverno. 

Típica de zonas abertas e húmidas como estuários, lagoas e pastagens alagadas, a alvéola-amarela vê-se muitas vezes a seguir o gado para se alimentar dos insetos em redor.

 

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