O espetáculo nos céus de Sagres

O espetáculo nos céus de Sagres
©Gleb Gusachenko/Unsplash

O espetáculo nos céus de Sagres

28 Julho de 2021

Dentro de um par de meses, quando o tempo começar a mudar com o fim do verão, uma vaga de aves vai novamente percorrer a Europa, de norte para sul. De entre as aves terrestres, as que vão para África têm pela frente um obstáculo considerável: o Mediterrâneo. No lado ocidental do continente, o ponto de passagem mais curto – e por isso mais seguro – é o estreito de Gibraltar. Mas por vezes a inexperiência ou um acidente de percurso faz com que as aves se desviem da rota, e venham ter a Sagres, a “planície das aves perdidas”. Eventualmente, retomam o rumo para ir atravessar na zona de Gibraltar, mas entretanto fazem as delícias dos observadores de aves.

A mudança de estação traz à região um rol incrível de visitantes alados. De águias-calçadas (Aquila pennata) e águias-cobreiras (Circaetus gallicus) a britangos (Neophron percnopterus) , grifos (Gyps fulvus) e cegonhas, milhares de aves planadoras pairam em busca de passagem para África, juntando-se a residentes nidificantes como a águia-perdigueira (Aquila fasciata). Outras tantas aves marinhas passam ao largo, em viagens épicas que chegam a ir de pólo a pólo. Árvores, arbustos e ervas são povoados por petinhas, toutinegras, chascos-cinzentos (Oenanthe oenanthe) e dezenas de outros passeriformes que passam também pela península na sua viagem para sul. E quando menos se espera, avista-se uma verdadeira raridade, como uma águia-da-pomerânia (Clanga pomarina) ou um papa-moscas-real (Ficedula parva).

Saiba mais sobre as aves que pode observar em Sagres