Todos os anos, milhares de aves marinhas passam ao largo de Sagres, algumas em viagens épicas de pólo a pólo. Para testemunhar parte dessa odisseia basta ir até ao Cabo de S. Vicente, mas para ver algumas espécies terá mesmo de fazer-se ao mar.
Em outubro, numa hora chegam a passar milhares de alcatrazes Morus bassanus pelo Cabo de S. Vicente. Também a cagarra Calonectris borealis, a pardela-balear Puffinus mauretanicus, a gaivota-d’asa-escura Larus fuscus e o alcaide Catharacta skua são facilmente avistados a partir deste local.
No início do outono, a pardela-preta Ardenna grisea, é regularmente avistada na sua viagem rumo à região da Terra do Fogo, onde vai reproduzir-se. Também a gaivota-de-audouin Larus audouinnii e o moleiro-do-ártico Stercorarius pomarinus são vistos todos os anos: acabada a sua época de reprodução, rumam a sul para passar o inverno. No caso do moleiro-do-ártico, Sagres é ponto de passagem numa viagem épica, dos mares do Ártico até ao Atlântico Sul.
Para ver algumas das aves marinhas que por aqui passam, o melhor é fazer-se ao mar. No outono, as almas-de-mestre Hydrobates pelagicus podem ser vistas ao largo de Sagres, baloiçando nas ondas enquanto esperam pelo vento certo ou, quando ele sopra, voando rumo aos mares do sul.
A pardela-de-barrete Ardenna gravis e o casquilho Oceanites oceanicus são também bastante abundantes na região, especialmente em agosto e setembro. No outono, rumam ao Atlântico Sul para nidificar.
Raridades como a gaivota-de-sabine Xema sabini ou o moleiro-rabilongo Stercorarius longicaudus foram já avistadas na região.